08 agosto 2011

La Danse Macabre

Ou simplesmente Dança da Morte. Nos tempos idos do final da Idade Média, a Dança da Morte funcionava como uma alegoria sobre a totalidade da Morte: não importa o estatuto da pessoa, o que fez em vida, o dinheiro que tem, os crimes que cometeu ou as boas acções que fez - a Morte toca a todos e, mais cedo ou mais tarde, todos nos juntamos à Danse Macabre.

Este foi um assunto que sempre me fascinou - a Morte (e as suas representações); e, exceptuando os meus dias de infância, nunca me preocupei seriamente com ela. Sempre me interessei por este tema, não propriamente sobre a questão de haver vida depois da morte - ou lá o que for - mas a Morte em si. O acto de morrer. 

Acho a Morte - não direi necessária, ainda não cheguei a aceitar esse totalmente facto - mas antes uma coisa  natural e inevitável. O paradoxo da Morte, em si, também é motivo de um certo encanto: ao mesmo tempo misteriosa, porém, a única coisa de que estamos certos.

Muitos foram os que indagaram no passado, e indagam agora no presente, qual o sentido da vida, qual a razão de estarmos aqui. Eu, a cada dia que passa, chego à conclusão de que nascemos para morrer - uma conclusão filosófica bastante simples e compreensível (porque é a realidade).

A Dança da Morte ainda nos dias de hoje continua a ser afamada e são diversas as suas representações.  Creio que nunca o ser humano irá compreender algo que é maior que ele próprio, por isso as obras de arte a tentar encontrar uma razão para isso mesmo - ou meramente imortalizar uma ideia.

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Esta Danse Macabre, de Camille Saint-Saën, foi baseada num poema de Henri Cazalis. Em suma, segundo uma lenda antiga, a Morte aparece à meia-noite de todas as noites de Halloween e tem o poder de chamar os mortos das suas sepulturas para dançarem enquanto ela toca uma rabeca (um instrumento similiar ao violino). Os esqueletos, assim, dançam até ao romper do dia - e regressam às suas sepulturas até ao ano seguinte. É uma visão deslumbrante, esta: um bando de esqueletos a dançarem para a Morte ao som desta melodia (que por coincidência até é alegre).

E mais nos vale habituar a esta visão porque, eventualmente, todos iremos dançar.

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